6.11.2011

Onda



Se te pudesse dizer o som vivo
da mais pura claridade
e oferecer o azul raro que mora
no centro da onda que o mar não dissipou,
se a palavra que de mim se desprende,
como halo submerso da alga que verde emerge
para a orla que os teus passos demarcaram,
se a música florisse de minhas mãos
para a carícia que o teu corpo merece,
então o poema ganharia a fria calidez
do cristal que o fogo namorou
e a água beberia em teus lábios
a forma dos beijos que para ti
tantos anos em segredo sonhei.


Gonçalo Salvado