7.29.2011

Cantata em rodas plumas



O amor armou a clava
da tarde e seu alarme.
Quer, albatroz, levar-me
onde alcançam suas asas.

Vem, ditoso, acordar-me.
Quer nos levar nas rodas
das plumas e avalanches.
Nós chegaremos antes

com jubilosas almas,
que se absorvem, alvas
e salvas, nos redutos.
De céu a céu, conceitos

são cinzas e ferrugem.
E os que se amam, pungem
de amar, e mais amando
em gozo, em gozo, em bombo

ou nos vestígios, nuvens;
nos elos desta lava.
Em mais amor solvemos
o que se faz pequeno.

E humano: abismo, abismo.


Carlos Nejar
Brasil