2.26.2010

Indiferença

Tu desconheces ignoras este atrás tormento
que dilacera-me a alma e, n'ela só, escondido
vive, como um segredo no corpo lento
escrinal de uma altar Sagrado e enobrecido!

Ignoras, sim, a minha dor, o sofrimento
que me devasta, o amor que traz, bela, ai, rendido
meu coração aos teus pés, virgem, sem alento
de uma esperança, sem, sequer, p'ra mim perdido,

volver o teu olhar de esmola e compaixão!...
Irás assim seguindo teu caminho em rezas...
pisando alcatifas douradas, em seu chão...

'stendidas «sem pensar que existe...» e és causadora
d'este amor. Talvez diga ao ler estas dorosas
endeixas: - «Quem será a mulher que o doido adora?»

Augusto Conrado