4.07.2009

Soturnidades suspensas palpitavam no escuro



Soturnidades suspensas palpitavam no escuro
como pulsações sombrias de ngomas

Havia ecos de falas abafadas
Longínquos sons que o vento move
Cavando distâncias na distância
Fatais
como a queda livre de uma pedra.

E esfiavam-se vidas em murmúrios...

E havia olhos postos no caminho...

E eu sentia
que a marca dos meus passos
Calava vozes nas cubatas
Acordava silêncios no negrume.


Arnaldo Santos (poeta angolano)