5.21.2009

A sós com Ganimedes




O sábio Freud não quis saber de ti
para nada. Todavia, tu serias

– muito mais do que Édipo, tão falado –
quem teria podido dar-lhe a chave

da porta que ele em vão tentou abrir.
A um canto, na sombra, como mito

rejeitado e por psicanalisar
para sempre, enigmático, ficaste.

Talvez um outro – menos distraído –
contigo venha a conversar por fim.


José António Almeida