3.28.2008


Para um idílio clandestino


Deixa-me que te beije
ao de leve o rosto na manhã nova
e meus dedos acariciem
nervosos a curva meiga do teu seio.

Meu amor:
o senso fragmenta-me a sensibilidade
e o que seu sinto-o
larva plena do que há-de vir.

Tu e eu
envolvidos nesta aventura
esperamos o comprometido instante
nalguma parte de nós.

Vai. Não te esqueças.
Nesta manhã do Infulene
ao quilómetro dez da liberdade
o sobrenatural acontece:
É assim.
Eu preso.
E tu minha mulher
depois da visita partes à vontade
mas não livre.


José Craveirinha