5.07.2010

Canção do verdadeiro abandono



Podem todos rir de mim,
Podem correr-me à pedrada,
Podem espreitar-me à janela
E ter a porta fechada.

Com palavras de ilusão
Não me convence ninguém.
Tudo o que guardo na mão
Não tem vislumbres de além.

Não sou irmã das estrelas,
Nem das pombas,nem dos astros.
Tenho uma dor consciente
De bicho que sofre as pedras
E se desloca de rastos.

Natércia Freire