10.22.2008


Água-Memória

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Que súbita alegria me tortura
alegria tão bela e estranha
tão inquieta
tão densa de pressentimentos?

Que vento nos meus nervos
que temporal lá fora
que alegria tão pura, quase medo ao silêncio?
Pára a chuva nas árvores
pára a chuva nos gestos,
interiores contornos
divisíveis distâncias
ultrapassáveis gritos
que alegria no inverno,
que montanha esperada ou inesperado canto?

Maria Alberta Menéres