8.29.2009

Galgo num olhar o verde que se estende



galgo num olhar o verde que se estende
lentamente
e veloz recuo no tempo
galgando os campos da minha infância

sorvo o doce profundo da natureza
imanente
no hálito fresco e húmido da manhã

gotas de orvalho cintilam
como lágrimas
num rosto de inefável beleza

a paisagem palpita
de luz, cores, odores, sons
- em tropel as sensações

fecho os olhos - a volúpia antiga:
tudo retenho
pintado
numa tela de retina

algo se funde em mim


Teresa Souto