7.30.2008


Não ponho esperança em mais nada


Não ponho esperança em mais nada.
E se puser
Há-de ser ambição tão desmedida
Que não me caiba sequer
No que me resta de vida.
Ambição tão irreal,
Tão paranóica, tamanha
Como a grandeza de Espanha
Com Granada e o Escurial.
Porque esta esperança que ponho
Em ver-te sair um dia
Da verdade para o sonho,
É como ser-se feitor
Dalguma herdade cansada:
À terra, dá-se o melhor,
A terra não nos dá nada.


Reinaldo Ferreira