8.17.2011

Ondulação



O luar ondula
fluindo e refluindo
para não acabar a maré cheia
nesta praia onde
ponderável eu me encontro indo
- o pensamento em rumos ignorados
e ao sabor dos presságios...

Em breve, à minha volta no areal,
esperanças, de branco, vaporosas,
chorando alto naufrágios
à vista da magia de seus mundos,
com suas lágrimas,
quais enxadas na terra, poderosas,
cavarão sulcos fundos.

E elas ali se hão de enterrar
quando o luar fugir...
Mas com elas enterrarei os meus insultos
à minha nobre angústia de vibrar,
à minha vã desgraça de sentir!


Edmundo de Bettencourt