7.26.2009

Hoje, quando te vi


Hoje, quando te vi, estavas cismando;
em que cismavas tu, virgem formosa,
desmaiadas as faces cor-de-rosa
e o seio, o gentil seio, inquieto arfando?

Em que cismavas tu? De quando
em quando elevavas ao céu, triste. saudosa,
a vista amortecida, lacrimosa,
para a baixar depois em gesto brando.

No chão jaziam murchas, desfolhadas,
as rosas, que ainda há pouco te toucavam,
agora já por ti abandonadas.

Os últimos clarões do sol douravam
as tuas belas tranças desatadas;
diz, que íntimos anelos te turbavam?


Júlio Dinis