7.16.2009

Pequena Ode


À flor dos dias, teu sorriso
desce sobre a planície como chuva habitada
por um sol interior. Nada mais é preciso
para sermos, de novo, só Amado e Amada.

Nada mais é preciso? Uma rosa, talvez:
uma corola aberta na paisagem vazia,
polvilhando de cor o rústico entremez
de que somos actores
apenas por um dia.

Ó mar de sonhos e grades!
(Teu sorriso promete uma evasão sempre adiada).
Ó mar da quietação, ó glauco espelho liso!
Somos dois, outra vez, na praia desolada.

Daniel Filipe (poeta caboverdiano)