7.03.2009

Poema do mar e da serra



Ó mar de que não sei nada
Nem vejo que desvendar,
És só a mais larga estrada
Para ir e voltar!

Eu sou lá dos montes
Que medem o céu,
Sou das frias serras onde primeiro o Sol nasceu
E onde os rios ainda são apenas fontes.

Sou de onde as árvores falam
A língua que eu conheço,
Onde de mim sei tudo
E do resto me esqueço.

Lá, tenho olhar de estrelas a luzir
E tenho voz de guardador de rebanhos,
Passos de quem só desce pra subir,
Mãos sem perdas nem ganhos.

Contigo falo, ó mar,
Se a Lua vem do céu passear no mundo,
Tornando-te a planície do luar
Sem ecos nem mistérios de profundo.

Mas só lá sou da terra e a terra é minha,
Só lá eu sou do céu e o céu é para mim,
Ó serra aonde há tal serenidade
Que nada tem começo
Nem fim.


Branquinho da Fonseca