4.06.2011

Perdigão perdeu a pena



periódica
e temporariamente
esgota-se-me a pena lírica
por via do ruído
ensurdecedor
que entra despudoradamente
pelas janelas do meu quarto
dir-se-ia o estilhaço de uma bomba no Iraque
ou um grito perdido no tsunami

vai-se a pena lírica
vem o teclado pós-moderno
dum Toshiba qualquer
e já não há Perdigão
que sobreviva


Ângela Marques