4.10.2011

A riqueza



A riqueza! A tão célebre riqueza
É-me o sol parido na boca
A minha alma no bico dos pássaros
As minhas costas pasto de ovelhas
É um ribeiro seco de sorrisos cheio
O meu cérebro em gargantas amargas
As minhas mãos prenhas nas pedras
Os meus olhos vestidos de vênus
Os meus pés dançando nas vagas
O meu corpo despido nas árvores
Sangrando aneis fulgentes de estrelas.


Manuel Feliciano