7.29.2007

De olhos abertos



De olhos abertos,
fixos e incertos,
paro a pensar
que não te vejo
que és só desejo
de te inventar.

E é sempre assim!
Em tudo ponho
este fechar
do mundo em mim.

(Só do porão
do meu navio
de tempestade
consigo ver
melhor o mar.)

Mas há lá sonho
que se compare
a este arrepio,
a este querer
fixar em vão
a realidade!
(sem a encontrar)

José Gomes Ferreira