7.16.2007


Eu diria que não vejo nada e que não sei.

Algo está suspenso. A hora repousa.

Eu quero estar vivo como uma ferida, como um signo,

não mais do que um rumor de coisa nua.

Neste momento nada é confuso nem opaco.

Os labirintos são trémulos, transparentes.

Dir-se-ia que atravesso um jardim e toda a vida

repousa entre as forças de cinza

e o fulgor da chama. E adormeço

sentindo a beleza e o tempo, o mesmo arco

iluminado.

António Ramos Rosa