10.24.2009

Poema distante



Ó praia de luz morena
De recorte sensual,
Eu vou soprar a minha avena
De inspiração tropical.

Em toda a areia eu descubro,
Nas águas e nos Palmares,
vestígios do sol ao rubro
Disseminados nos ares.

E a minha mágoa, esta pena
Que chora,
Tornou-se então mais morena
Que outrora!
Onda atlântica da praia,
A minha flauta modula
A tua voz desmaia
Como o capim quando ondula...

E eu não sei se a claridade
Que muito ao longe se esgarça,
é nuvem na imensidade
Ou asa de qualquer garça...

E a minha pena, esta mágoa
Flutua
Como flutua na água
A lua.


Lília da Fonseca
Angola