10.12.2009

Soneto a Luís Vaz de Camões

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Incerto amor, tempos duros e sangrentos,
preso num tempo que o teu peito recusou,
e onde padeceste soldado na vida e no amor;
pobre em vida, e na morte tão cheio de honrarias.

Andaste por terras de muito estranhos ventos,
sofrendo de amores que a vida dura separou,
desterrado por paragens de ódio e terror,
desmerecido de uma sorte que imerecias.

Sincero amor que por barcos e países repartiste,
numa dor tão humana e brutalmente imensa,
foi rodeado de inveja e torpeza que te viste.

Saberás agora tu, se onde estiveres existe,
que a poesia que amaste de forma tão extensa,
é só a alegria da vida, que a vida tornou triste.


Carlos Lopes Pires